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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Narrando Segunda Guerra Mundial por Massacote


Sim, sei que ultimamente tenho demorado para escrever por aqui, mas as coisas as vezes apertam um pouco dentro da Matrix, acho que vocês devem saber melhor que eu sobre a vida que levamos e o tempo que as vezes ela nos toma, entretanto este não é o foco desta postagem, vamos deixar essa discussão para uma outra ocasião, pois agora vamos falar de um cenário de nossa história muito interessante para se narrar: Segunda Guerra Mundial



Conflitos no geral sempre me fascinaram, na verdade acho que a destruição sempre atrai o ser humano, até os mais pacíficos (comece a falar sobre teorias do fim do mundo para você como consegue prender a atenção de qualquer pessoa) porém é a Segunda Guerra que mais me fascina e chama sua atenção, pelo seu tamanho, motivações, táticas, atitudes políticas, desenvolvimento e principalmente como o mundo mudou após o seu término. 
Sendo este cenário histórico tão rico e detalhado, nada melhor do que narrar uma aventura neste cenário. Particularmente nunca joguei/narrei no cenário Segunda Guerra e não conheço livros e informes sobre o assunto especificamente para o RPG (acredito que a DAEMON editora possua um livro adaptando Segunda Guerra, seu título é "Cães de Guerra" se a memória não estiver falhando), mas acredito que as possibilidades são infinitas e material de estudo é o que não falta.

Antes de começarmos os tiroteios, explosões e gritos de guerra, devemos entender o cenário que iremos narrar, tarefa esta na minha opinião a mais difícil de ser realizada se tratando de Segunda Guerra, pois ela pode ser vista de tantos pontos de vista, situações, datas e partidos que seria impossível uma pessoa só compreende-la por completo, por isso vamos responder a algumas perguntas para limitar um pouco nosso cenário e facilitar a narrativa e a compreensão do mesmo para o mestre:


  • Nacionalidade dos personagens.
  • Personagens serão apenas soldados ou será permitido jogar com civis?
  • Personagens juntos ou separados?
  • Qual fase da guerra será a narrativa?
  • Caso soldados, qual a patente dos jogadores?




A nacionalidade dos personagens já irá ditar muita coisa e aqui já vai um alerta, caso você mestre deseja que os jogadores sejam do mesmo grupo, sugiro que eles sejam da nacionalidade de países aliados e que estejam lutando na mesma frente de combate ou se caso forem civis estejam próximos. Caso você deixe livre para seu jogador escolher nacionalidade do personagem fique claro que ele poderá optar por uma nacionalidade inimiga de outros jogadores (países do eixo, enquanto outros jogadores são de países aliados), pra relembrar abaixo uma listinha dos principais paises participantes da guerra e qual o seu partido nela:


Eixo: Alemanha, Itália e Japão
Aliados: Reino Unido, EUA, USSR e França
Obviamente que se um jogador tiver uma boa história ele pode combater ao lado dos outros personagens, ou conviver com outros, tudo dependerá da história do personagem em si, e do bom senso do mestre e do jogador.

Existe uma grande diferença entre os civis e soldados na guerra. Os soldados são aqueles que agem, que lutam, que seguem ordens, eles são os agentes da guerra e eles juntamente com o exército pelo qual ele luta moverá o rumo da guerra a partir da sua vontade ou não. O soldado é uma pessoa que foi treinada e que irá lutar seguindo um ideal nacional (muita das vezes superficial) e um ideal individual, um motivo pelo qual ele estará lutando. Um soldado alemão por exemplo lutará pela supremacia da raça ariana e pela expansão do terceiro Reich, mas no fundo ele pode estar buscando glórias nas vitórias que ele irá alcançar lutando juntamente com o exército alemão, enquanto um soldado americano irá lutar por sua vez pela libertação das nações dominadas pelo eixo, para preservar a liberdade e a democracia no mundo e para erradicar a maldade nazista do mundo, mas no fundo, o soldado pode estar lutando para mostrar que não é um covarde , que está servindo seu país como um bom patriota, fazendo sua parte na guerra.




Essa diferença de motivação pode gerar conflitos no soldado e pode ser um bom assunto para o mestre trabalhar durante jogos. Jogar com um civil no entanto pode ser muito diferente, muitos podem pensar que será até monótono (no caso, sem combates para o personagem participar) o que dependendo da história pode não ser verdade, pois muitas das forças de resistência de países ocupado eram formadas por civis em sua maioria. O civil é a vítima da guerra, ele poderá fugir com sua família (se tiver) para salvar sua vida, perder tudo na guerra e não ter mais vontade alguma, lutar pelo seu país e o defender pegando em armas, enfim, pode ser muito desafiador e interessante jogar com um civil, além do mais, a visão da guerra de um civil é muito diferente da visão de um soldado, tornando o jogo mais rico de interpretações sobre o cenário.


O fato dos jogadores estarem juntos ou separados se refere ao fator país de origem e também que divisão militar o personagem faz parte (no caso de um personagem soldado). Isso implica na decisão do mestre de deixar os jogadores juntos ou não, por exemplo, suponhamos que os jogadores são todos britânicos, mas um deles é da marinha real, dois são da Royal Air Force e três são da infantaria, fica claro que será improvavél que esses jogadores irão se encontrar e ficar juntos na campanha (se o mestre desejar isso logicamente e caso o queira dependerá da criatividade do mesmo de criar uma situação plausível para unir os jogadores).


A fase da guerra será importante, principalmente se pensarmos que nem todos os países entraram na guerra ao mesmo tempo (EUA só entrou na guerra de fato em dezembro de 1941 enquanto o Japão já lutava desde 1937), eu gosto de dividir a Segunda Guerra em duas fases:
Ataque do Eixo-Defesa dos Aliados (39-41) Esta fase é marcada pelas grandes investidas alemãs na europa, áfrica e USSR e suas grandes vitória com a blitzkrieg, sendo o Eixo possuidor da iniciativa em toda esta fase do combate.
Defesa do Eixo-Ataque dos Aliados (42-45) Após a derrota da Alemanha em Stalingrado, a guerra se virou contra o eixo com os aliados na iniciativa atacando todos os países em todos os frontes de combate, até o final da guerra em 45 com a derrota do eixo.

Patente dos jogadores

Outro assunto importante para ser levado em conta no caso de personagens militares é a patente destes personagens, pois só lembrando que um Major Coronel não vai a frente de batalha atirar com uma Browning .30, hahahaha. Não estou dizendo que patentes altas não são válidas para se jogar, porém é uma abordagem diferente para o personagem, os problemas de um soladado raso são muito diferentes dos problemas que alguém de alta patente possui, assim como suas responsabilidades, por isso fique atento a maneira que você deseja abordar o assunto, se você deseja que os jogadores usem estratégias ou se eles deverão combater na linha de batalha.

Essas são apenas algumas das perguntas que o narrador deve se fazer antes de começar a montar planilhas e quantificar seu cenário. Importante ressaltar que o jogo deverá caminhar de acordo com as ideias de narrativa do mestre. O narrador pode muito bem apenas criar um esquadrão com os jogadores e enviá-los para combater tropas inimigas, ou pode criar um esquadrão especial com missões importantes, separar os jogadores como inimigos na guerra, narrar uma aventura onde os jogadores são personagens de alta patente que devem criar estratégias para vencer, narrar uma aventura para civis que estão tentando sobreviver a guerra, enfim existe uma infinidade de coisas a se pensar e a narrar. Acho válido ressaltar o stress mental e como a guerra afeta o homem e sua sanidade, sendo esta parcela um fator muito rico para narrativa e para exposição aos jogadores. O narrador também pode optar por seguir a história a risca, como operações terminaram, datas, locais ou simplesmente modificar a história para um rumo que ele deseja (Eixo ganha a guerra, EUA destrói Berlin, Hitler sobrevive, etc) sendo o limite para tal fator a criatividade do mestre e narradores.


Lembrem-se também narradores, que a segunda guerra ocorreu nos anos 40, portanto equipamentos e tecnologia devem ser da época, é muito fácil encontrar material sobre a segunda guerra (abaixo vou colocar uma lista de referências para vocês) e que ela é mundial, ou seja, você pode colocar a aventura virtualmente onde você desejar no mundo todo, não se restringindo a nenhuma região.

Bom, acho que com isso é possível ter uma visão deste cenário, portanto, tratem de arranjar um sistema para jogar (criar, adaptar, usar um pronto) e rolar os dados nesse cenário tão rico e excitante chamado Segunda Guerra Mundial.

Abaixo lista de referências:

Resgate Soldado Ryan
Band of Brothers
The Pacific
A Queda
Círculo de Fogo
Leningrado
O Pianista
Existe um documentário do History Channel em inglês que é excelente:
WWII Complete History, recomendo e muito ele para aqueles que sabem inglês.

Algumas cenas de filmes ou séries:


Resgate Soldado Ryan


Inglourious Basterds



A Queda!


O Paladino já criou seu personagem, e você?

6 comentários:

  1. Excelente postagem Massacote!!!!! Muito foda.
    Acredito que a melhor forma de narrar é a estrutura do Resgate do Soldado Ryan!!! Nesse caso, o mestre ja deverá predefinir uma nação e deixar os jogadores cientes que montarão um batalhão, e que esse batalhão terá missões aleatórias fictícias, mas paralelas aos fatos históricos (se o mestre quiser usar)!!!
    Pô, deu até vontade de jogar!!!!!

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  2. Ótimo Post.
    Mas vc esqueceu de mencionar que o Brasil também participou da guerra, com os pracinhas. Ok

    "Aliados: Reino Unido, EUA, USSR, França e Brasil"

    Parabéns pelo post.

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    Respostas
    1. o Brazil entrou em 1942 se ta louco o imbecil atacamos a italia e depois morremos ná guerra não tinhamos força aerea ta querendo oque

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  3. Sim, o Brasil teve uma participação embora pequena!!! O mestre pode fazer esse recorte no jogo, focando a participação dos brasileiros na guerra!!!
    Valeu pelo comentário Thiago, seja bem vindo!!!!!

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  4. Sim, Brasil, China, Índia, Austrália, Nova Zelândia, Canadá e muitos outros tiveram uma participação na guerra (algumas pequenas, outras maiores), mas os principais mesmos são os citados. Até porque, muitos destes países tiveram participações em cenários muito mais restritos, o Brasil por exemplo só lutou na campanha da Itália e em algumas missões no atlântico contra os U-Boats nazistas.

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  5. Oi, a postagem é interessante, e aproveitando uma página que conheço, vou deixar um link pra mostrar alguns soldados que fizeram história na segunda guerra e outras.

    http://sobrevivencialismo.com/2013/04/16/5-soldados-reais-que-fariam-o-rambo-parecer-uma-menininha/

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